Geraldo
do Norte, vivendo hoje em Suruí (RJ), nascido em Parelhas, sertão do Rio Grande
do Norte, reproduz a mais legítima poesia dos bardos nordestinos revivendo em
seus poemas a saga de um povo que extrai da terra – sua mais recorrente fonte
de inspiração – a matéria lírica e a essência sertaneja que projetaram em todo
o território nacional nomes como Patativa do Assaré, Zé Limeira e Cego
Aderaldo.
A
par de cativante talento para contar seus "causos" e versos, a verve
do matuto pode ser apreciada pela espontaneidade que flui, perene como as águas
de seu Seridó, "onde várzeas eram pomares / o leito tinha lugares / que
dava o que se plantasse".
Alerte-se,
no entanto, para que tal espontaneidade não seja confundida com falta de
acuidade técnica, posto que, se preciso, o "véio" Matuto capricha em
sextilhas ou septilhas, dispondo rimas alternadas, emparelhadas ou
interpoladas, no mesmo rigor dos 'bilacs "parnasianos. Ou, para se
respeitar a geografia sentimental, na mesma métrica do Mestre Patativa.
Apresentando-se
sempre com indumentária do sertanejo, Geraldo "fala" seus textos com
tanta sinceridade, com tamanha ligação entre o homem e a obra, que chamá-lo de
intérprete ou de ator, seria vê-lo como uma contração. O verso chistoso e a
palavra-chicote passeiam do riso franco ao açoite das consciências adestradas.
Íntegro, homem e arte se completam, amalgamam-se o rude matuto e o sensível
versador. "Cavalheiro cavalo" é como o matuto de Parelhas se
autodefine num rojão de sua autoria, gravado por Nandinho do
Pandeiro".
Os
primeiros poemas de Geraldo podem ser encontrados no seu CD "Diário de um
Poeta Matuto" produzido por Adelzon Alves, cujas prensagens, vendidas de
mão a mão, num árduo trabalho de produção independente, esgotaram-se
rapidamente em 12 meses, uma verdadeira façanha para quem não dispunha de
publicidade e nem divulgação.
Baixe o CD clicando na capa
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