sexta-feira, 31 de maio de 2013

RAPadura/CE - Fita Embolada do Engenho (2010)

(Foto:  REPRODUÇÃO/INTERNET)
O norte e nordeste brasileiro são regiões castigadas pela falta de chuva e muito pobres economicamente, mas em contrapartida sempre foram terras férteis para grandes artistas, sendo uma das regiões mais ricas quando se trata de cultura. E eis que hoje vou apresentar pra vocês um cabra da peste que só corrobora a minha afirmativa. Seu nome de batismo é Francisco Igor Almeida dos Santos, mas é mais conhecido como RAPadura Xique-Chico, nome bastante sugestivo que faz referencia ao seu tipo de arte e ainda remete aos elementos da cultura nordestina.

Francisco nasceu em Lagoa Seca, vila do município de Fortaleza, no Ceará. Aos 13 anos teve de deixar sua terra natal junto com família, em busca de melhores condições de vida e se mudaram para Brasília, terra de origem de conhecidos nomes do rap brasileiro, e sob essa influencia, RAPadura começa a compor, mas ao invés de abordar temas comuns ao rap, como opressão à população marginalizada da periferia, e utilizar um linguajar com expressões típicas das comunidades pobres dos grandes centros urbanos, o RAPentista nordestino usou como inspiração para as suas canções a saudade que sentia de sua terra natal, abordando temas da cultura regional nordestina, usando em suas canções expressões e o sotaque típicos.

Em 2006 faz uma participação notável foi na faixa "A Quem Possa Interessar" do CD Aviso às Gerações, do rapper brasiliense GOG. E após isso começa a ganhar uma maior notoriedade, chegando a vencer a categoria "Grupo ou Artista Solo Norte/Nordeste" do Prêmio Hutúz de 2007. Dois anos depois, foi escolhido no mesmo prêmio como um dos três melhores cantores/grupos das duas regiões na década.
(Foto:  REPRODUÇÃO/FACEBOOK)
Mas é em 2010 que ele lança o seu primeiro álbum, “Fita Embolada do Engenho”, álbum bem diverso, que mistura Rap com Repente, e as tradicionais batidas do estilo com elementos da musica regional nordestina como o maracatu, a capoeira, o forró, o baião, cantigas de roda, entre outros.
RAPadura é dotado de um talento incrível e uma grande originalidade para fazer rap, possuindo uma rapidez extraordinária para cantar suas músicas de maneira fluida e marcante, com letras inteligentes, criativas e rimas ricas, deixando suas musicas grudentas e viciantes.
“Rapadura é tudo que existe de moderno e autêntico na nova música brasileira, um rap contundente, ideológico e totalmente mergulhado na rica cultura nordestina. Não dou seis meses para ele estar viajando pelo mundo, por estar à frente do seu tempo, e com certeza ter condições de provar que o Rap Brasileiro tem uma nova cara. A cara do Brasil. Finalmente!”. - Ferréz, escritor

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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ode descontínua e remota para flauta e oboé - de Ariana para Dionísio

(IMAGEM (Reprodução/VÍDEO)
O título não parece de disco, pode ser de livro. Mas aqui a Hilstória é contada por cantoras através de poemas de Hilda Hilst musicados por Zeca Baleiro, grande maestro do projeto.
Foi com amor de fã que Zeca enviou para a escritora Hilda Hilst seu primeiro trabalho, Onde andará Stephen Fry? (Universal, 1997). A grande surpresa foi, pouco tempo depois, receber um telefonema de Hilda, despejando sua obra para ser musicada por ele. Devorando um disquete com todos os trabalhos da escritora, Zeca Baleiro se encantou com a Hilstória do amor impossível de Ariana e Dionísio, que faz parte do livro Júbilo, memória, noviciado da paixão, de 1974.
Sem pressa, Zeca foi dando forma musical aos poemas, trocando idéias sobre métrica com a escritora e assim nasceu a inusitada parceria. As gravações começaram em 2003, e Hilda faleceu em fevereiro do ano seguinte.
Por se tratar de poemas sob um ponto de vista feminino, de Ariana para Dionísio, Zeca Baleiro pensou em um CD apenas com mulheres. Sem pressa, agendou gravações durante dois anos, driblando agendas e dificuldades geográficas.
As músicas não foram batizadas, são apresentadas como Canção I até Canção X, como capítulos de um livro. E a Hilstória é contada pelas cantoras Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Maria Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria.
Os arranjos quase camerísticos realçam o lirismo da poesia épica de Hilda Hilst. A palavra está sempre em primeiro plano, as canções e as intérpretes souberam entender e respeitar.
A parceria de Zeca Baleiro e Hilda Hilst deu origem a um interessante disco literário. Não é música para ambiente, e muito menos para rádio. É música para ler.
FONTE: clique aqui

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