(IMAGEM (Reprodução/VÍDEO) |
O título não parece de
disco, pode ser de livro. Mas aqui a Hilstória é contada por cantoras através
de poemas de Hilda Hilst musicados por Zeca Baleiro, grande maestro do projeto.
Foi com amor de fã que
Zeca enviou para a escritora Hilda Hilst seu primeiro trabalho, Onde andará
Stephen Fry? (Universal, 1997). A grande surpresa foi, pouco tempo depois,
receber um telefonema de Hilda, despejando sua obra para ser musicada por ele.
Devorando um disquete com todos os trabalhos da escritora, Zeca Baleiro se
encantou com a Hilstória do amor impossível de Ariana e Dionísio, que faz parte
do livro Júbilo, memória, noviciado da paixão, de 1974.
Sem pressa, Zeca foi
dando forma musical aos poemas, trocando idéias sobre métrica com a escritora e
assim nasceu a inusitada parceria. As gravações começaram em 2003, e Hilda
faleceu em fevereiro do ano seguinte.
Por se tratar de
poemas sob um ponto de vista feminino, de Ariana para Dionísio, Zeca Baleiro
pensou em um CD apenas com mulheres. Sem pressa, agendou gravações durante dois
anos, driblando agendas e dificuldades geográficas.
As músicas não foram
batizadas, são apresentadas como Canção I até Canção X, como capítulos de um
livro. E a Hilstória é contada pelas cantoras Rita Ribeiro, Verônica Sabino,
Maria Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan,
Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria.
Os arranjos quase
camerísticos realçam o lirismo da poesia épica de Hilda Hilst. A palavra está
sempre em primeiro plano, as canções e as intérpretes souberam entender e
respeitar.
A parceria de Zeca
Baleiro e Hilda Hilst deu origem a um interessante disco literário. Não é
música para ambiente, e muito menos para rádio. É música para ler.
FONTE: clique aqui
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